A reposição de testosterona, principal hormônio masculino, é uma prática que vem aumentando entre os homens com a finalidade de ganhar massa muscular. No entanto, o uso indiscriminado do hormônio sintético é algo desaprovado pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).
A reposição do hormônio sem indicação adequada está relacionada a diversos problemas, principalmente câncer de próstata. Vamos discutir todas essas questões nesse artigo.
Primeiramente, é preciso entender que a testosterona não é um hormônio exclusivamente masculino, mulheres também produzem pequenas quantidades de testosterona. Além disso, esse hormônio influencia outros aspectos além de libido e ereção, como humor, concentração, massa óssea, massa muscular, risco de doença de cardiovascular.
Há diversas condições médicas que podem provocar redução da produção de testosterona. Embora essa redução seja mais comum em pacientes idosos, também pode ocorrer em jovens.
Embora, no meio médico, o termo “reposição” tenha sido substituído por tratamento da deficiência de testosterona, acabou se consagrando na linguagem leiga.
Indicamos tratamento da deficiência de testosterona, quando há redução importante desse hormônio (<300nd/dL).
Quando usado sem recomendação médica, esse hormônio está relacionado a uma série de complicações, principalmente ao câncer de próstata.
Embora não provoque esse tipo de câncer diretamente, o uso de testosterona pode acelerar o crescimento do tumor. Desse modo, antes de iniciar o tratamento da deficiência de testosterona é obrigatório avaliar se o paciente apresenta alguma suspeita de câncer de próstata.
O aumento da próstata, ou hiperplasia prostática, é outra consequência que pode surgir por conta do uso de anabolizantes para elevar a produção de testosterona. Embora a hiperplasia prostática seja algo benigno, é capaz de gerar complicações para a saúde do homem.
O crescimento da próstata provoca compressão progressiva do canal pelo qual passa a urina (uretra), assim dificultando a sua passagem, podendo desencadear sintomas que abrangem desde a redução do jato urinário até a perda de controle da micção e, em casos extremos, parada de funcionamento dos rins.
A testosterona estimula a multiplicação das células prostáticas, acelerando o aumento da próstata e, por consequência, compressão do canal da urina.
Além das doenças já citadas, o uso de medicamentos com testosterona, como é o caso dos anabolizantes, quando não há indicação e acompanhamento médico, pode levar a outras complicações de saúde para os homens, tais como:
Todas essas complicações são desencadeadas pela elevação do hormônio acima do nível aceitável, que provoca o aumento da concentração de hemácias (células sanguíneas) no sangue.
Vale salientar que todas as doenças são tratáveis, até mesmo o câncer testicular e o câncer prostático, que pode ser removido com a cirurgia robótica prostática.
No entanto, o ideal é prevenir possíveis complicações evitando o uso de drogas sem necessidade e que não sejam receitadas pelo médico urologista. Afinal, é apenas um médico especialista poderá fazer o acompanhamento para reposição hormonal com segurança.