A reposição de testosterona, principal hormônio masculino, é uma prática que vem aumentando entre os homens com a finalidade de ganhar massa muscular. No entanto, o uso indiscriminado do hormônio sintético é algo desaprovado pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).
A reposição do hormônio sem indicação adequada está relacionada a diversos problemas, principalmente câncer de próstata. Vamos discutir todas essas questões nesse artigo.
O que é testosterona?
Primeiramente, é preciso entender que a testosterona não é um hormônio exclusivamente masculino, mulheres também produzem pequenas quantidades de testosterona. Além disso, esse hormônio influencia outros aspectos além de libido e ereção, como humor, concentração, massa óssea, massa muscular, risco de doença de cardiovascular.
Quando indicamos o uso?
Há diversas condições médicas que podem provocar redução da produção de testosterona. Embora essa redução seja mais comum em pacientes idosos, também pode ocorrer em jovens.
Embora, no meio médico, o termo “reposição” tenha sido substituído por tratamento da deficiência de testosterona, acabou se consagrando na linguagem leiga.
Indicamos tratamento da deficiência de testosterona, quando há redução importante desse hormônio (<300nd/dL).
Reposição de testosterona vs Câncer de Próstata
Quando usado sem recomendação médica, esse hormônio está relacionado a uma série de complicações, principalmente ao câncer de próstata.
Embora não provoque esse tipo de câncer diretamente, o uso de testosterona pode acelerar o crescimento do tumor. Desse modo, antes de iniciar o tratamento da deficiência de testosterona é obrigatório avaliar se o paciente apresenta alguma suspeita de câncer de próstata.
Uso excessivo de hormônio masculino pode aumentar a próstata
O aumento da próstata, ou hiperplasia prostática, é outra consequência que pode surgir por conta do uso de anabolizantes para elevar a produção de testosterona. Embora a hiperplasia prostática seja algo benigno, é capaz de gerar complicações para a saúde do homem.
O crescimento da próstata provoca compressão progressiva do canal pelo qual passa a urina (uretra), assim dificultando a sua passagem, podendo desencadear sintomas que abrangem desde a redução do jato urinário até a perda de controle da micção e, em casos extremos, parada de funcionamento dos rins.
A testosterona estimula a multiplicação das células prostáticas, acelerando o aumento da próstata e, por consequência, compressão do canal da urina.
Conheça outros riscos do uso de medicamentos com testosterona
Além das doenças já citadas, o uso de medicamentos com testosterona, como é o caso dos anabolizantes, quando não há indicação e acompanhamento médico, pode levar a outras complicações de saúde para os homens, tais como:
- Embolias;
- Hipertensão;
- Retenção de líquidos;
- Alterações hepáticas;
- Atrofia dos testículos;
- Redução da produção de espermatozoides;
- Infertilidade.
Todas essas complicações são desencadeadas pela elevação do hormônio acima do nível aceitável, que provoca o aumento da concentração de hemácias (células sanguíneas) no sangue.
Vale salientar que todas as doenças são tratáveis, até mesmo o câncer testicular e o câncer prostático, que pode ser removido com a cirurgia robótica prostática.
No entanto, o ideal é prevenir possíveis complicações evitando o uso de drogas sem necessidade e que não sejam receitadas pelo médico urologista. Afinal, é apenas um médico especialista poderá fazer o acompanhamento para reposição hormonal com segurança.