A cirurgia robótica vem cada vez mais ganhando espaço em várias especialidades médicas, sobretudo na urologia. Pois trata-se de procedimento minimamente invasivo e que permite melhor qualidade técnica ao tratamento cirúrgico do câncer de próstata. No entanto, o paciente, muitas vezes, o paciente apresenta tumor agressivo e o diagnóstico ocorre quando a doença já invadiu órgãos vizinhos. Nesses casos, mesmo que o tumor tenha sido completamente removido, recomenda-se realizar radioterapia após o tratamento cirúrgico, o que acaba provocando alterações urinárias e afetam a qualidade de vida do doente.
No entanto, um estudo recente publicado na prestigiada revista científica Lancet sugere que isso nem sempre é necessário.
É preciso esclarecer que a radioterapia pode ser iniciada logo após a cirurgia para tratamento do câncer de próstata, logo após o paciente recuperar a continência urinária, o que chamamos de radioterapia adjuvante. A recomendação ocorre com o propósito de eliminar eventuais células cancerosas residuais, mesmo que o tumor tenha sido completamente removido.
A técnica pode também ser iniciada ao longo do seguimento pós-operatório, após ser identificada recidiva (retorno) do tumor; chamamos isso de radioterapia de resgate.
Pesquisadores de diversos centros médicos resolveram verificar se realmente todos os pacientes submetidos a cirurgia para tratamento de câncer de próstata agressivo deveriam ser submetidos a radioterapia adjuvante.
Entre 2007 e 2016, 1396 pacientes foram divididos em 2 grupos: radioterapia adjuvante (logo após a cirurgia) e radioterapia de resgate (somente após haver sinais de retorno do câncer).
Após longo seguimento, os pesquisadores identificaram que, em relação à taxa de cura, não houve diferença entre os 2 grupos. No entanto, os pacientes que foram submetidos a radioterapia adjuvante apresentaram taxas maiores de complicações relacionadas a radiação com estreitamento do canal da urina e incontinência urinária.
Embora os resultados sejam preliminares, a conclusão dos pesquisadores é que não se deve indicar, como rotina, radioterapia após prostatectomia radical. O tratamento adjuvante (logo após cirurgia) aumenta o risco de complicações urinárias. Observação e uso da técnica apenas se houver sinais de retorno do câncer devem ser considerados o tratamento padrão.
Agende já uma consulta com o Dr. Luiz Takano, da Takano Urologia.