Após o diagnóstico do câncer de próstata. É necessário definir o estágio da doença, isto é, devemos avaliar se o tumor está apenas na próstata (localizado), se invadiu estruturas vizinhas (localmente avançado) ou mesmo se atingiu órgãos à distância (metastático).
Para doenças localizadas e localmente avançadas, podemos realizar cirurgia robótica de câncer de próstata. Quando a doença, porém, já apresenta metástases, não há chance para cura. Podemos apenas frear a evolução da doença.
Para isso, utilizamos habitualmente medicações que reduzem a produção de testosterona. Chamamos isso de terapia de privação hormonal
No entanto, alguns anos após o início desse tratamento, o tumor torna-se resistente à medicação, isto é, a droga deixa de fazer efeito e embora existam outras linhas de tratamento, incluindo quimioterapia, os resultados não são animadores.
Recentemente, porém, pesquisadores desenvolveram uma nova forma de tratamento, os radiofármacos.
Saiba como essa novidade tem gerado esperança nesse cenário até então desanimador neste artigo do Dr. Luiz Takano – Especialista em Cirurgia Robótica.
Radioterapia e radiofármacos para câncer de próstata
A radioterapia consiste no uso de radiações ionizantes para destruir células tumorais.Embora tenha resultados de sobrevida inferiores à cirurgia robótica, pode ser utilizada no tratamento de câncer de próstata localizada e localmente avançado.
A radiação pode ser emitida por um aparelho, o que chamamos de radioterapia externa ou podemos inserir, no interior da próstata, uma “semente” contendo elemento radioativo, técnica conhecida como braquiterapia.
Recentemente, pesquisadores desenvolveram uma nova forma de tratamento com radiação, os radiofármacos. Esses medicamentos possuem 2 componentes: o elemento radioativo e a droga que o transporta até a célula tumoral.
Essa droga transportadora se liga a uma proteína na superfície da célula tumoral e o complexo (droga e elemento radioativo) são levados ao interior dessa célula, que é exposta a radiação.
Lu-PSMA-617
Como escrevemos acima, quando o câncer de próstata já apresenta metástases, não há chance para cura. Podemos apenas frear a evolução da doença. Para isso, utilizamos habitualmente medicações que reduzem a produção de testosterona, conhecida como terapia de privação hormonal.
No entanto, alguns anos após o início desse tratamento, o tumor torna-se resistente à medicação, isto é, a droga deixa de fazer efeito e embora existam outras linhas de tratamento, incluindo quimioterapia.
Para o tratamento do câncer de próstata metastático resistente à castração (terapia de privação hormonal), pesquisadores desenvolveram o radiofármaco Lu-PSMA-617 e conduziram um estudo para avaliar sua eficácia.
Recrutaram 831 pacientes com doença neste estágio e os dividiram em 2 grupos:
- tratamento com Lu-PSMA-617 associado aos medicamentos normalmente utilizados nesses casos
- tratamento apenas com os medicamentos normalmente utilizados nesses casos
Resultados do estudo
Os pacientes que receberam Lu-PSMA-617 apresentaram melhor sobrevida, isto é, viveram mais que os pacientes que não receberam o radiofármaco.
No entanto, ocorreram efeitos colaterais graves. Entre eles, houve alteração na parte dos ossos longos responsável pela produção de células do sangue, sendo necessário transfusão em 13% dos pacientes e 5 óbitos relacionados ao tratamento.
Sem dúvida, essa é uma boa notícia para os pacientes com câncer de próstata metastático, mas precisamos lembrar a importância dos exames preventivos na detecção precoce da doença, fase em que o arsenal para o tratamento é mais robusto e chance de cura é elevada.
Então, não esqueça de agendar sua consulta com um especialista em câncer de próstata para estar sempre atento ao desenvolvimento dessa e outras doenças do homem!