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Qual é a melhor fase para se tratar o câncer de próstata?

Qual a melhor fase para tratar o câncer de próstata?

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O tratamento para câncer de próstata tem maior chance de cura quando o diagnóstico é feito precocemente, isto é, quando a doença está em fase inicial. Isso não significa que a doença não possa ser curada em estágios avançados. 

Neste artigo, falaremos com mais detalhes sobre o tratamento do câncer de próstata. 

Diagnóstico do câncer de próstata

Para rastreamento do câncer de próstata recomenda-se realizar o exame de sangue PSA (Antígeno Prostático Específico) e o exame de toque retal

Havendo alteração em um ou ambos, prosseguimos com a realização de outro exame mais específico que os anteriores como ressonância multiparamétrica, PHI (sangue) ou PCA-3 (urina).

Confirmando-se a suspeita, realizamos biópsia da próstata, cujo resultado demora cerca de 1-2 semanas. 

Estadiamento do câncer de próstata

Após o paciente ter sido submetido a biópsia da próstata e o diagnóstico de câncer de próstata ser confirmado, devemos estadiar a doença.

Por meio de exames como ressonância magnética e PET Scan ou alternativamente Raio-X de Tórax e Cintilografia Óssea, podemos definir se o câncer de próstata está restrito à próstata (localizado), se invade estruturas vizinhas (localmente avançado) ou se invade órgãos à distância (metastático).  

Tratamento do câncer de próstata

Após definir o estágio da doença, consideramos as características clínicas e anseios do doente e definimos conjuntamente o tratamento mais adequado para cada cenário. 

Doença localizada

Quando o câncer está apenas na próstata e temos como objetivo curar o paciente, podemos realizar os seguintes procedimentos:

  • Cirurgia (robótica, laparoscópica, aberta)
  • Radioterapia (braquiterapia, externa convencional, IMRT);
  • HIFU (ultrassom de alta frequência).

Entre esses métodos, para doença localizada, a cirurgia cursa com melhores resultados de sobrevida, isto é, o paciente submetido a cirurgia vive mais que os pacientes submetidos às demais formas de tratamento. 

A radioterapia utiliza radiação para destruição de células tumorais. Muitos pacientes imaginam equivocadamente que essa forma de tratamento seja menos agressiva que a cirurgia. É preciso ressaltar, porém, que mesmo quando bem executada, essa forma de tratamento pode provocar lesão por radiação na bexiga, reto e uretra, trazendo complicações importantes e provocando impacto na qualidade de vida do doente. 

Em relação ao HIFU, trata-se de ultrassom de alta frequência, aplicada por via transretal sobre a próstata, para tratamento do tumor. Por se tratar de técnica relativamente nova, ainda não há dados suficientes que confirmem eficácia da técnica a longo prazo. Por esse motivo, não está autorizada no país, exceto em caráter de estudo. 

Doença localmente avançada

Quando o câncer que se iniciou na próstata invade estruturas vizinhas ao órgão, o tratamento é geralmente multimodal, é necessário associar formas de tratamento para que se possa curar o doente. 

Podemos operar o paciente, sendo, porém, provável que tenhamos que associar radioterapia e/ou terapia de privação hormonal para curar o doente. Devemos também ressaltar que se trata de cirurgia mais complexa, envolvendo a retirada extensa de linfonodos, pois essas estruturas podem ser utilizadas pelas células tumorais como via de disseminação. 

Além dessa forma de tratamento, podemos também utilizar terapia de privação hormonal associada à radioterapia. A terapia de privação hormonal consiste em aplicar medicação para reduzir a produção de testosterona, a fim de reduzir a velocidade de crescimento do tumor. 

Doença disseminada

Quando o câncer atinge órgãos à distância como pulmão e ossos, é incomum conseguirmos curar o doente. De modo geral, podemos apenas aplicar medicações para reduzir a velocidade de crescimento do tumor e ampliar a sobrevida do doente. 

Há pesquisas avaliando a eficácia de novas drogas e possíveis benefícios de realização de cirurgia nesse cenário de doença disseminada.

Vigilância Ativa e Watchful Waiting

Quando o paciente é submetido a biópsia de próstata e o resultado indica baixo volume de tumor (poucos fragmentos com câncer) e a doença é pouco agressiva (Gleason 6), não há necessidade de instituir tratamento imediato, pois este câncer de próstata apresenta evolução lenta. Isso não significa fazer nada. O paciente deve ser submetido a vigilância ativa e  monitorado a cada 6 meses com exames como PSA, toque retal e, eventualmente, ressonância magnética e nova biópsia de próstata. Se o tumor apresenta evolução para doença mais agressiva, definimos tratamento.

Se o paciente apresenta idade avançada e baixa chance de sobrevida em 10 anos, o tratamento do câncer de próstata pode não apresentar benefício em termos de prolongar a sobrevida do doente. Embora isso possa parecer algo muito estranho inicialmente, a intenção é não submeter o paciente a tratamento que não trará benefícios. Apenas instituímos tratamento se houver sintomas ou complicações da doença. Chamamos isso de watchful waiting. 

Qual o melhor tipo de tratamento?

Essa decisão é avaliada caso a caso e deve ser tomada pelo urologista em conjunto com o paciente. Depende das condições clínicas do doente, estágio da doença, cirurgias prévias e muitos outros. 
Ainda em dúvida? Entre em contato conosco e avalie a sua necessidade de uma cirurgia.

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Dr. Luiz Takano destaca-se pelo caráter atencioso e humano, entendendo e respeitando as necessidades individuais de cada paciente. Evita realizar procedimentos desnecessários, pois sabe que nem sempre o melhor tratamento é cirurgia. Há muitas doenças em que a cura pode ser alcançada simplesmente com medicamentos.

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