Câncer de Próstata

Imunoterapia: como funciona esse tratamento

Com o avanço científico, surgiram novos tratamentos para o câncer, trazendo maior sobrevida e melhor qualidade de vida para o paciente. 

Entre eles, a imunoterapia é uma das maiores evoluções, pois estimula o organismo do próprio paciente a combater as células tumorais, sendo amplamente utilizada no tratamento do câncer de próstata.

Continue lendo este texto do Dr. Luiz Takano e saiba mais sobre esse revolucionário tratamento.

Entenda o que é a imunoterapia?

Enquanto os mecanismos de ação contra o tumor oferecidos pela quimioterapia e pelas drogas de alvos moleculares baseiam-se em atacar as células tumorais diretamente, a imunoterapia é uma forma de tratamento que ativa e capacita o sistema imunológico do próprio paciente a identificar e combater as células tumorais.

Como funciona a imunoterapia?

Embora existam diferentes mecanismos utilizados pela imunoterapia, destacamos os inibidores de checkpoints (ponto de verificação) imunológicos. Os checkpoints são uma parte normal do sistema imunológico. Seu papel é impedir que uma resposta imune seja tão forte que destrua as células saudáveis ​​do corpo.

Os pontos de verificação imunológicos são ativados quando as proteínas na superfície das células imunes chamadas células T reconhecem e se ligam a proteínas parceiras em outras células, como algumas células tumorais. Essas proteínas são chamadas de proteínas de checkpoint imunológico. Quando o ponto de verificação e as proteínas parceiras se unem, eles enviam um sinal “off” para as células T. Isso pode impedir que o sistema imunológico destrua o câncer.

Drogas imunoterápicas chamadas de inibidores do ponto de verificação imunológico funcionam bloqueando as proteínas do ponto de verificação de se ligarem às proteínas parceiras. Isso evita que o sinal “desligado” seja enviado, permitindo que as células T matem as células cancerígenas.

Uma dessas drogas age contra uma proteína de checkpoint chamada CTLA-4. Outros inibidores do ponto de verificação imunológico atuam contra uma proteína de ponto de verificação chamada PD-1 ou sua proteína parceira PD-L1. Alguns tumores diminuem a resposta das células T produzindo muito PD-L1.

Quais os papeis da imunoterapia para o tratamento do câncer urológico?

Durante décadas, existiam opções limitadas para tratar cânceres geniturinários metastáticos, incluindo opções de tratamento que poderiam ser classificadas como imunoterapia. Historicamente, a imunoterapia centrou-se em citocinas sistêmicas para o tratamento de câncer de rim metastático, que apresentava vários efeitos adversos, bem como a vacina Bacillus Calmette-Guérin (BCG) para o câncer de bexiga não metastático. Na última década, houve grande avanço no campo da inibição do checkpoint imunológico (ICI). Os inibidores do ponto de controle imunológico do câncer de rim e bexiga e também estão sendo testados em muitos outros tipos de câncer.

Apesar dos dados encorajadores dos ensaios clínicos de fase 2/3, pouco se sabe sobre os biomarcadores que podem prever uma melhor resposta aos ICIs. O efeito dos ICIs em cânceres geniturinários é heterogêneo, com alguns tipos de tumores com poucos dados clínicos disponíveis, ou ICIs com atividade limitada em outros tumores. 

Imunoterapia e cirurgia robótica

A imunoterapia pode ser utilizada como tratamento primário, adjuvante ou mesmo neoadjuvante, para reduzir o tamanho do tumor, tornando casos não-operáveis em operáveis, sendo bastante utilizado no câncer de rim.

Após o tratamento com imunoterapia, a cirurgia robótica pode ser utilizada e permite ao cirurgião realizar procedimentos minimamente invasivos mesmo no tratamento de tumores complexos, que, antes da existência desta tecnologia, eram abordados por via aberta, utilizando grandes cortes.

Dr. Luiz Takano