A infecção urinária ocorre quando bactérias ou mesmo fungos alcançam o trato urinário podendo provocar inflamação de qualquer órgão local como uretra (uretrite), bexiga (cistite) e rins (pielonefrite).
Sem o tratamento adequado, pode evoluir rapidamente para quadros de sepse, incluindo choque séptico.
A infecção urinária causa sintomas bastante incômodos:
Mas por que alguns pacientes apresentam esse quadro muitas vezes no ano? Existe alguma maneira de evitar infecção urinária? Confira a seguir!
Mulheres são mais frequentemente acometidas por infecção urinária que homens. Isso se deve a uma questão anatômica, a uretra feminina é mais curta que a uretra masculina. Desse modo, germes externos conseguem alcançar mais facilmente a bexiga.
Existem 2 picos de incidência de infecção urinária: início da vida sexual e após menopausa.
A infecção urinária geralmente não ocorre por transmissão direta de bactérias, isto é, não se trata de doença sexualmente transmissível.
Durante a relação sexual, o pênis acaba “massageando”, através do teto da vagina, a uretra feminina, de modo retrógrado, “de fora para dentro”. Isso facilita a contaminação da bexiga por bactérias do meio externo.
Portanto, essa infecção pode ocorrer após relação sexual, devido a aspectos da mecânica da penetração.
Após a menopausa, ocorre redução de hormônios femininos, o que provoca uma série de alterações no corpo feminino.
Entre elas, a vagina torna-se mais seca e rígida. O mesmo ocorre com a uretra, que possui receptores de estrógeno. Desse modo, a anatomia do canal da urina sofre alterações, reduzindo defesas locais contra a contaminação por agentes externos.
Grande parte das mulheres apresentarão ao menos 1 episódio de infecção urinária ao longo da vida. Quando isso se torna recorrente, porém, é necessário intervenção médica.
Consideramos infecção urinária de repetição a ocorrência de 2 ou mais episódios de infecção urinária em 6 meses, 3 ou mais episódios de infecção urinária no ano.
Embora ainda orientado por alguns médicos, urinar após a relação sexual não reduz o risco de desenvolver infecção urinária.
Recomendamos sim que a paciente tenha cuidado ao se higienizar após evacuação, de modo a evitar levar bactérias do ânus para a vagina. A maior parte das mães orienta as filhas a se limpar “da frente para trás”.
Cerca de 80% dos quadros de infecção urinária são provocados por Escherichia coli. Devido a alta prevalência desta bactéria, desenvolveram uma vacina contra este agente. Trata-se de lisado bacteriano, isto é, como se triturássemos as bactérias e colocássemos os fragmentos em uma cápsula. A administração oral da vacina estimula o sistema de defesa do corpo a produzir anticorpos contra este agente, reduzindo o risco de infecção.
Acredita-se que existam algumas substâncias na fruta que interfiram com o mecanismo de ancoragem das bactérias à parede da bexiga, facilitando sua remoção.
No entanto, não há evidência científica clara de que isto funcione. Desse modo, não recomendamos o uso de concentrados, cápsulas ou mesmo suco de cranberry.
Embora abandonado durante muitos anos, o uso de antibiótico na metade ou mesmo ¼ da dose usual, foi resgatado em 2015, pois há evidência de que antibiótico profilático ajuda a evitar episódios recorrentes de infecção urinária.
O uso de cremes vaginais contendo estrógeno pode ser aplicado no canal da urina, com o objetivo de melhorar as condições locais do tecido, recuperando mecanismos de defesa da uretra contra infecções.
Embora as medidas acima possam auxiliar a paciente a evitar novos episódios de infecção, é preciso ressaltar que a avaliação por um médico especialista é fundamental.
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Fonte: Nature.com