Após os 50 anos, é muito comum os homens apresentarem aumento de volume da próstata, o que chamamos de Hiperplasia Prostática Benigna. É preciso dizer que se trata de condição benigna e não há relação com o câncer de próstata.
Embora seja algo benigno, pode afetar a qualidade de vida dos paciente e provocar complicações graves.
Contudo é uma doença facilmente detectável e tratável e sempre avaliada nas consultas de rotina pelo médico urologista.
Para saber mais sobre o diagnóstico e tratamento dessa doença, continue lendo o texto do Dr. Luiz Takano.
Antes de falarmos sobre Hiperplasia Prostática Benigna é preciso saber o que é a próstata.
A próstata é um órgão que os homens possuem, localiza-se na pelve, “abraçando” o canal da urina, próximo à bexiga e tem como função, produzir parte do líquido que compõe o esperma. Esse líquido, por sua vez, tem uma série de funções, que, em conjunto, garantem que o espermatozoide sobreviva, chegue e fecunde o óvulo.
À medida que o homem envelhece, a glândula prostática aumenta de tamanho. Trata-se de processo benigno (não é câncer) e há dois períodos principais de crescimento: o primeiro ocorre no início da puberdade; o segundo, por volta de 40-50 anos.
À medida que a próstata aumenta, pode comprimir a uretra, canal da urina que comunica a bexiga ao meio externo, dificultando a passagem de urina por essa região, o que acaba provocando:
Os sintomas urinários podem provocar piora da qualidade de vida do doente, sobretudo quando ocorrem sintomas urinários noturnos, impedindo sono adequado. É preciso também dizer que essa privação de sono parece aumentar o risco de doença cardiovascular e morte súbita.
Além disso, o volume residual pós miccional, acaba favorecendo a ocorrência de infecção urinária, algo que pode ter complicações catastróficas em pacientes idosos.
Em adição, a bexiga ter de fazer força excessiva para vencer a obstrução da uretra, pode levar a modificações de sua anatomia, que, por sua vez, podem provocar alteração da capacidade de armazenamento e esvaziamento da bexiga.
Finalmente, quando a bexiga permanece constantemente repleta, há dificuldade de drenagem da urina dos rins para esse órgão, podendo provocar alteração de função renal.
O diagnóstico da hiperplasia prostática pode ser feito pelo exame de toque retal, realizado de rotina nas consultas com o médico urologista em pacientes com mais de 45 anos.
Também podemos utilizar exames de imagem como o ultrassom. Esse exame é particularmente útil, pois permite, além de avaliar o tamanho da próstata, definir se há sinais de comprometimento da anatomia e funcionamento da bexiga, bem como avaliar o resíduo de urina após micção.
Outro exame que pode ser empregado na investigação do quadro é o estudo urodinâmico, exame invasivo em que se insere sonda na uretra e no reto e que permite avaliar se há obstrução à passagem de urina e alteração de funcionamento da bexiga.
Os tratamentos para hiperplasia prostática podem ser divididos em clínicos (medicamentos) e cirúrgicos.
De modo geral, reservamos o tratamento clínico para casos em que ainda não há complicações. As principais classes de medicamentos empregados são alfa-bloqueadores, inibidores de 5-alfa-redutase, anticolinérgicos e beta-agonistas.
Os alfa-bloqueadores são utilizados quando a próstata é pouco aumentada (até 40-50g). Atuam sobre o componente fibro-muscular da próstata, promovendo relaxamento dessas estruturas, facilitando a passagem de urina. Os principais efeitos colaterais são redução do volume do sêmen por ejaculação retrógrada (o sêmen se dirige à bexiga, ao invés do canal da urina) e queda da pressão.
Os inibidores de 5-alfa-redutase são utilizados isoladamente ou em conjunto com os alfa-bloqueadores para tratamento de próstata bastante aumentadas (acima de 50g). interferem com a ação da testosterona, promovendo redução da massa prostática. Os principais efeitos colaterais incluem redução de libido e disfunção erétil.
Quando as medicações não promovem melhora do quadro ou quando já há complicações relacionadas ao funcionamento da bexiga, recomendamos tratamento cirúrgico.
A escolha da técnica mais adequada deve ser definida pelo urologista após avaliação das características do paciente e do tamanho da próstata. Descrevemos abaixo as principais modalidades cirúrgicas.
Trata-se de técnica cirúrgica moderna e minimamente invasiva, em que o cirurgião utiliza um robô para melhor visualização do campo cirúrgico, bem como executar movimentos mais precisos.
Fazemos 3 a 5 cortes, com cerca de 0,5cm, pelos quais inserimos uma câmera bem fina, mas com grande aumento e delicadas pinças cirúrgicas robóticas..
O médico fica dentro da sala cirúrgica e comando o robô, que reproduz os movimentos das mãos do cirurgião, garantindo uma ampla liberdade e precisão de movimento.
Além disso, a câmera, que permite visão 3D e ampliada dos órgãos a serem operados, também é controlada pelo cirurgião, o que garante um posicionamento sempre adequado.
Reservamos esse tipo de cirurgia para próstatas muito aumentadas, geralmente acima de 100g.
Trata-se de procedimento em que colocamos uma pequena câmera no canal da urina e “raspamos a próstata” internamente. Trata-se do procedimento cirúrgico padrão.
Seria algo semelhante a RTU, utilizando, porém, o laser para remoção em bloco, isto é, em um único “pedaço” da porção interna da próstata que comprime o canal da urina.
Esse procedimento também é uma cirurgia pelo canal da urina. A diferença é que ao invés de retirar o tecido da próstata, nós o “evaporamos”, destruímos esse tecido, não havendo necessidade de remoção.
Podemos utilizar diferentes fontes de energia como plasma ou um tipo especial de laser. Apresenta resultados semelhantes às técnicas descritas acima, mas a grande crítica é que não há tecido enviado para análise.
Trata-se de aparelho inserido no canal da urina, que utiliza radiofrequência, gerando calor e ablação (destruição) do tecido prostático.
Um stent é colocado na região do canal da urina comprimida pela próstata, “armando” o canal da urina e reduzindo essa obstrução. O mecanismo lembra em parte os stents coronarianos.
Trata-se de tratamento de exceção, em que se realiza cateterismo da artéria femoral, inserindo-se um cano bem fino, que é guiado até os vasos que levam sangue para a próstata.
Por meio desse tubo, injeta-se um material para obstruir a chegada de sangue na próstata, levando a redução da chegada de oxigênio e alimento para a próstata e diminuição do órgão.
Para saber qual é o procedimento ideal para o seu caso, procure um médico urologista especializado. Agende uma consulta com o Dr. Luiz Takano!