O tratamento de câncer de próstata tem grandes chances de cura quando a doença é detectada precocemente. Para que isso seja possível, é necessário realizar consultas com o urologista para rastreamento da doença por meios dos exames de sangue, PSA (antígeno específico da próstata), e exame de toque retal
Contudo, esses exames apresentam algumas limitações que reduzem sua eficácia, resultando em indicação de muitas biópsias de próstata cujo resultado se mostra negativo, isto é, não identifica câncer.
Visando melhorar essa questão, pesquisadores desenvolveram novos exames que podem ser utilizados em conjunto com o PSA e exame de toque, elevando a acurácia do rastreamento do câncer de próstata.
Confira mais detalhes neste post do Dr. Luiz Takano, – Especialista em Urologia Minimamente Invasiva e cirurgia robótica.
Limitações do Exame de PSA
O PSA (antígeno específico da próstata) é uma substância produzida pelas células normais da próstata e pode ser dosada no sangue. As células cancerosas, porém, produzem essa substância em quantidade muito superior.
Desse modo, elevação do antígeno específico da próstata pode sugerir câncer de próstata. Esse exame apresenta, no entanto, algumas limitações. Embora seja sensível, isto é, o resultado normal significa baixo risco de câncer de próstata, é pouco específico, pois quando o resultado está alterado não permite confirmar a doença.
Em outras palavras, o PSA elevado pode ocorrer em outros quadros além do câncer de próstata, como aumento benigno da próstata (hiperplasia prostática benigna) e inflamação da próstata (prostatite).
Não há consenso sobre qual deve ser o valor de referência de antígeno específico da próstata, mas utilizamos na prática clínica os seguintes parâmetros: para pacientes até 50 anos, valores acima de 2,5 ng/ml requerem investigação adicional; para idades superiores a 50 anos, valores acima de 4 ng/ml.
Exame de PSA alterado: biópsia de imediato ou novas análises?
Quando há alterações ao exame de PSA e/ou toque retal, o paciente deve ser submetido a biópsia da próstata para confirmar a doença.
Embora o exame seja feito sob sedação, trata-se de procedimento invasivo, cujo resultado pode ser negativo, uma vez que, como dissemos acima, o antígeno específico da próstata pode estar elevado mesmo que não haja câncer de próstata.
De que maneira poderíamos melhorar essa avaliação antes de indicar a biópsia?
Exames de sangue baseados em PSA
PSA livre
Na circulação sanguínea, o antígeno específico da próstata pode ser encontrado na forma livre ou ligado a proteínas. Rotineiramente, podem ser dosados o PSA total e o PSA livre.
Quando a relação o PSA total estiver entre os valores de 2,5 e 12 ng/mL, dosa-se o PSA livre para calcular o índice PSA livre/PSA total. Quando essa relação é inferior a 15%, há maior risco de câncer de próstata.
Densidade do PSA (PSAD)
Consiste na divisão do valor plasmático do PSA pelo volume prostático estimado pela ultrassonografia transretal, motivo pelo qual a PSAD não é amplamente utilizada.
Quando a PSAD > 0,11 há maior risco de câncer de próstata.
PHI (Prostate Health Index)
Baseado nos resultados do PSA total, PSA livre e proPSA (uma isoforma de PSA), calcula-se um índice, que apresenta maior especificidade que o PSA total isoladamente. Em outras palavras, quando há elevação do PHI, há maior risco de se tratar realmente de câncer de próstata.
Exames de imagem
Ressonância magnética multiparamétrica da próstata
A ressonância multiparamétrica é um exame de imagem, que não utiliza radiação e identifica alterações suspeitas de câncer de próstata. Embora não confirme se há ou não presença de câncer, permite definir se há maior ou menor probabilidade de câncer, o que é bastante útil para evitar biópsias desnecessárias.
Além disso, quando a biópsia de próstata é necessária, a ressonância multiparamétrica auxilia o radiologista a realizar o exame com maior precisão.
Finalmente, em casos de câncer de próstata confirmado, a ressonância possibilita avaliar se o tumor está localizado apenas na próstata ou invade estruturas vizinhas, o que é fundamental para definir o tratamento mais adequado.
Testes de urina para câncer de próstata
PCA3
As células normais da próstata produzem baixos níveis de uma proteína conhecida como PCA3. Quando se tornam cancerosas passam a produzir altas quantidades dessa substância na urina.
Esse exame apresenta maior especificidade que o PSA total e pode ser utilizado para evitar biópsias desnecessárias.
SelectMDx
Trata-se de exame de urina que permite detecção de mRNA dos biomarcadores HOXC6 e DLX1.
Níveis elevados dessas substâncias indicam maior chance de câncer de próstata que requer tratamento.
Semelhante ao que discutimos anteriormente, esse exame pode ser utilizado para evitar biópsias desnecessários.
Com base nessas informações, consulte seu médico e veja a possibilidade de solicitação desses exames adicionais.
Se você ainda não tem um especialista acompanhando seu caso, marque uma consulta com o Dr. Luiz Takano! Membro titular da Sociedade Brasileira de Urologia com formação em cirurgia urológica robótica na Johns Hopkins School of Medicine.